sexta-feira, 7 de março de 2008

Considerações sobre a introdução do livro "Filósofos e Terapeutas".

A obra a ser analisada é:
PEREZ, Daniel Omar. Filósofos e terapeutas: em torno da questão da cura. São Paulo: Escuta, 2007. 274 p.
Trata-se de uma apresentação dos pontos considerados expressivos contidos na Introdução da obra em questão.
Ao vislumbrar o título do livro a pessoa é levada a pensar que apresentará o conceito de cura, a problemática envolvendo a definição anterior, a visão dos filósofos sobre cura com o subseqüente enfoque dos terapeutas e, findando, com uma proposta de realidade desejada.
Porém o objeto de análise (livro) surpreende. Pois mostra o que o professor, o filósofo e o médico possuem em comum, bem como oferece pistas históricas disto.
Na esteira do fluxo da história a exposição pinça momentos que a atitude terapêutica conhecide com o pensar filosófico. O modo em que os pitagóricos valeram-se da matemática (fundamento do fazer filosófico destes) como medicina, o estilo (de vida de cachorro) dos cínicos objetivando o bem-estar, a medicina hipocrática aplicada como ideal de vida, a ausência cívica epicurista para afastar os males e obter a felicidade, a forma peculiar de aliar religião e cura ("terapeutas do deserto" e o embate bruxas-Igreja), a volta do dito délfico (Conhece-te a ti mesmo) por Rousseau, e a arte curativa institucionalizada (com a contraparte rotulada de charlatã).
Do exposto, fica o traço marcante da impensável conhecidência entre as práticas de cura e a filosofia. Que mesmo na negativa do estudo formalizado, ou desconhecimento, esta conhecidência sempre se fez presente em expoentes do pensar por ser o "evitar males", "achar a felicidade" e "obter a cura" um anseio humano, e nada mais natural que ao vislumbrar a condição do indivíduo esbarre com o tema abordado.

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