quarta-feira, 30 de abril de 2008

O belo como símbolo da moral (ótica kantiana).

O tema foi proposto pelo mestrando em Filosofia Luciano, aluno orientado pelo professor Daniel Omar Perez, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
O belo pode ser símbolo da moral, ou é a expressão da superficialidade no meio social? Será que belo é apenas relacionado com prazer visual, e é ausente de qualquer conteúdo (moral/intelectual)?
Mas para responder às questões levantadas deve se perguntar a linha de pensamento adotada. Com o estabelecimento de uma linha de raciocínio, pode adotar conceitos necessários para se aproximar de uma solução. A pesquisa se pauta nos ideais kantianos.
Como Kant entende a beleza? Para este pensador a teoria estética está calcada no juízo. O juízo por sua fez pode ser anterior (a priori) ou posterior (a posteriori) a um estímulo.
Ao questionar a resposta que algo considerado belo implica em uma pessoa, nota-se que ao julgar os gostos, as reações são frutos de emoções, e emoções peculiares a cada indivíduo. Assim, o juízo da beleza é posterior (juízo a posteriori) ao ato gerador do sentimento de belo. O ponto seguinte a ser trazido a tona é como este juízo fica em relação a interferências (é desimpedido?).
O veículo capaz de avaliar os juízos, e os dados apreendidos, está na vontade.
Tal qual o exame do belo, se faz a valoração da moral. A moral, e sua existência verdadeira, está em como resta configurada a vontade. E então, vontade em Kant é a delimitação de quanto as paixões incidem na atitude, a vontade egoística mancha a conduta. A maneira de agir livre e desimpedida ausente da incidência de qualquer paixão e desapegada de posterior reconhecimento redunda em virtude. O ser racional finito, que é o homem, só atinge a sabedoria prática, ou seja, só obtém para si um sistema de valoração, se age sem paixão, com a vontade de agir daquela forma exclusivamente.
Todavia, o filósofo alemão expõe que a beleza em si não é exclusiva à obras de arte ou fenômenos da natureza. Mas sim está relacionado com o livre-arbítrio, com o uso desimpedido (ou ato voluntário não viciado pelas paixões) das faculdades, ou seja, o prazer estético está na certeza de apreciar o imaginado e entendido sem interferências. Nota seja feita, de que este prazer, esta contemplação do belo não ocorre na esfera da consciência, não é um julgamento do cognitivo mesmo com os contornos de racionalidade no vislumbre de algo tido como dotado de beleza.
Pelo exposto, beleza é um julgamento moral. Logo, meio legítimo da moral.

Um comentário:

filosofiadeagostinhodearruda disse...

Otica Kamtiana / Visto por uma Ótica de um Estrábico? HUM.....