sexta-feira, 18 de abril de 2008

Dever define a pessoa?

Como já ocorreu neste blog, a presente postagem é determinada pelo professor e o objetivo dela é comentar a pesquisa de uma aluna do mestrado da PUCPR (nota seja feita de que a autora da temática - a professora Sônia - tratada é orientada pelo professor responsável do requisito Blog).
O filósofo que serve de base conceitual é Immanuel Kant, em especial na postura adotada na publicação Metafísica dos Costumes. Este pensador é ponto de síntese da Filosofia Moderna, bem como pode ser considerado o maior ponto do pensar no período final do Iluminismo. Nas suas construções há a delimitação e revisão dos conceitos necessário para a sua edificação de teses em Epistemologia (Teoria do Conhecimento), Metafísica e Ética.
O tema da pesquisa citada no primeiro parágrafo é A Natureza Humana e os Fins como Deveres em Kant. A proposta do exame gravita pelos termos "natureza do homem", "deveres da razão" e "phýsis", pontos tidos como problemas fundamentais.
Conforme a seqüência exposta, inicia-se pela natureza do homem. Neste prisma o homem é visto como agente moral livre, ou seja, a busca do conhecimento e as ações conseqüentes são frutos de uma postura ativa do ser humano. Com suas faculdades, emprego da mente, pelo seu sistema de síntese calcado em regras, o exterior é captado. Todavia há o detalhe de expor que o homem deve ser visto como cidadão do mundo. E para tanto Kant afirma que seres racionais, por natureza fins em si mesmos, devem viver por máximas que restrinjam o relativo e o objetivo arbitrário. Logo, o homem, e suas decisões, está no centro do mundo cognitivo e do moral. Pois o mundo é percebido pela experiência e conceitos apriorísticos, então, a experiência válida depende de condições necessárias (pré-existentes) quanto ao pretendido.
Deveres da razão, no autor alicerce do estudado, é um conceito ético que está determinado pelas leis, experimentadas e corroboradas pelo intuído (a idéia anteriormente contida nesse indivíduo), possuídas pelo ser humano inserido no mundo. Mas tudo isso redunda em um afunilamento da idéia de dever da razão, no sentido de o enfoque recair sobre os deveres de virtude.
Já o termo "phýsis" é recepcionado por Kant, este é termo grego referente ao mundo, mas não um mundo físico por si só. E sim, o mundo físico, realidade, apreendido pelo sujeito que investiga e que muda. Em resumo, o mundo dinâmico e que se relaciona com as pessoas. Portanto, apenas um item no mecanismo que opera na capacidade de saber do homem.
Como conclusão se pode ter que a dignidade na conduta, o ato virtuoso, é medido pela forma como a vontade remete o indivíduo à execução conforme. Se as paixões incidem na vontade, a conduta resta manchada. A maneira de agir livre e desimpedida ausente da incidência de qualquer paixão e desapegada de posterior reconhecimento redunda em virtude. Só dessa forma o ser racional finito que é o homem atinge a sabedoria prática, ou seja, este obtém para si um sistema de valoração, em si um dever, e este dever é o cultivo da virtude (a ética) configurando meio de se aperfeiçoar.

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