sexta-feira, 4 de abril de 2008

JC no Cinema: Mensagem POP



A história em questão é bem conhecida pelos cristãos, ou pelo menos deveria ser para aqueles que assim se dizem. Mais do que um meio de difundir uma fé, a narrativa bíblica, ao se abstrair o ponto voltado para a religião, é um veículo de ensinar valores morais ou informar um evento o qual o escritor considerou relevante para ser passado adiante, digno de ser transmitido para as próximas gerações.
A estória de “A Paixão de Cristo” teve o intento, conforme afirmado pelo diretor e co-roteirista Mel Gibson, de ser o mais fiel ao espírito do evangelho possível. Acrescentando elementos esclarecidos pela História (e os métodos de pesquisa arqueológica moderna). Disto, tem-se que a linha da trama segue o cânone do Novo Testamento, em especial o livro de João, no período compreendido pelo momento posterior à Última Ceia até a Ressurreição.
Em breves linhas o filme apresenta o homem Jesus sendo tentado por uma forma andrógina e humanóide que representa Satã. Dos percalços surge a força e determinação de Jesus, o que resulta em um confronto com Caifás (e daí a acusação de blasfêmia pela pronuncia do nome divino). Da série de problema de jurisdição ente hebreus (representados por Herodes) e romanos (sob a direção de Pôncio Pilatos). Ao fim, pela pressão do clero judaico cabe aos romanos a sentença e execução da pena de Jesus. Em uma última manobra, por influência de sua esposa, Pilatos tenta uma saída com o perdão do feriado (o povo poderá libertar Jesus ou outro indiciado – Barrabás). O povo corrompido pelo dinheiro de Caifás liberta Barrabás e Jesus é crucificado. Mas o caminho da crucificação (Via Cruxis, em latim), bem como a prática da tortura em momento anterior – o inquérito de apuração de crime, é o marcante para a audiência. Marcante pela violência e as cenas de tortura explícita. Porém o filme termina com a mensagem da superação da carne, a ressurreição.
Agora a pergunta é: Como isso se relaciona com Filosofia? Em várias formas. Pois há a aceitação do dever característica epicurista e o existencialismo cristão (existência justificada pelo divino) de Kierkegaard. Existe também, e especialmente, a dualidade platônica que posteriormente é recebida pelos medievais da escola Patrística. Em que o Sumo Bem (Deus) é a idéia perfeita e o carnal é transitório, imperfeito e que cabe a cada pessoa almejar a Deus. Mas tanto Jesus como o filme fazem algo incomum no mundo da Filosofia, eles trazem uma resposta de como atingir os objetivos da humanidade, e esta resposta é o amor.


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