sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Filósofo também Trabalha!

1 DO QUE UM FILÓSOFO VIVE?

Quando a temática surge, as pessoas resgatam da memória os antigos gregos, falam como um mundo idealizado. Quem desse imagina Platão, Sócrates ou Aristóteles tendo que se preocupar com moradia e alimentação? Pouquíssimos. Aristóteles era professor de Alexandre Magno, então, ele estava garantido quanto a dinheiro (fora que ele tinha o Liceu – mas será que ele cobrava mensalidade dos alunos?). Platão era de uma família influente na política de Atenas, bem como tinha a Academia (mesma coisa – será que cobrava entrada? Ou será que a cidade de Atenas custeava estudos, tal como ocorre no sistema de bolsas atualmente?). Fora aqueles que conhecem os problemas de Sócrates com Xantipa têm uma pequena idéia de que estes grandes pensadores também eram pessoas. Se naquela época, pensar que a ocupação de alguém era filósofo e ele vivia disso já causa espanto, imagine hoje.
Portanto, quem estuda Filosofia como sua opção de curso superior que futuro ela terá? Agora que o governo federal instituiu por lei que o ensino médio tem de ter a matéria de filosofia na sua grade curricular, professor é uma das respostas. Mas será que tem mais? É essa pergunta que o presente artigo pretende informar.


2 SIM, HÁ MANEIRAS DE VIVER DA FILOSOFIA!

Retomando onde o ponto inicial parou, um sujeito formado em filosofia pode fazer o que? Professor, certo, e o que mais?
A sociedade como um todo busca responder questões íntimas para que possa incrementar sua produtividade. Assim, empresas (algumas, poucas, é raro) contratam filósofos para fazer dinâmicas de grupo a fim de mostrar como idéias já pensadas podem ajudar o quadro de funcionários a se comunicar e superar certas questões com o intuito de não ser o questionamento/dúvida/pré-conceito uma barreira para o crescimento do empreendimento.
Outro, com as questões surgidas na área médica no tocante a o que seria aceitável fazer para o ser humano se apoderar de algum desenvolvimento tecnológico (vide o caso das células tronco). Disto, profissionais da área da filosofia são convidados para fazer cursos e/ou palestrar com o intuito de trazer a tona o já pensado e auxiliar no debate presente e futuro sobre estes pontos.
Por fim, o desenvolvimento de material (preferivelmente didático), onde como consultor técnico para a temática filosófica, ou como responsável pelo desenvolvimento completo, aquele conhecedor de filosofia é o garante de que a publicação seja fiel a sua proposta de abordar pensamentos calcados nessa área. Pela importância que foi dada em sala de aula, em uma determinada data, esta abordagem será deixada para item específico (ponto três, o seguinte no desenvolvimento da narrativa).
Fora isso, só o famoso caso, comum em muitos outros cursos, de ser apenas um diploma na parede ou na gaveta, mas exercendo uma função totalmente desconexa com sua formação acadêmica. Ah! Menção de caso específico, neste ponto são os caçadores de concurso público que qualquer diploma só serve para habilitá-lo em um edital que exige formação superior.


3 FINANCIAMENTO POR INSTITUIÇÕES.

Todo o artigo nasceu da idéia de um professor que queria que pesquisasse métodos de financiar material didático. Tal pesquisa resultou em uma aula, em que os grupos expuseram o que encontraram.
Na aula de Prática Profissional, do dia 04 de outubro, presidida pelo Professor Daniel Omar Perez, os alunos trouxeram dados variados sobre como financiar seu material didático. Para não ser enfadonho, parte-se para a exposição das informações de onde/como/o que, bem como os destaques quanto à perspectiva de sucesso.
Dos grupos, apenas dois obtiveram sucesso em enviar o projeto de material didático, o Logos Produções (de Gisele, Ir. Geovana, Raphael, Ir. Renata e Thiago) e o Kosmo (de Bruno, Antonio José, Fábio e Odenilton). O primeiro conseguindo o aceite do envio do trabalho e o segundo não só o enviou como teve a possibilidade de reunião aventada (só a distância e a viabilidade da viagem ficou no caminho, pois como seminaristas não puderam realizar a ida para Recife).
Por todo o falado em sala, o financiamento pode ser encontrado por manter o radar ligado, constantemente pesquisando a internet e visando editais de abertura, bem como filtrando o pretendido por instituições (sejam empresas, fundações ou o sistema “S” – SESC, FIEP,...). O modo de ingressar o projeto depende do modo que o lugar objetivado pede, pode ser envio por meio eletrônico, protocolar documentos ou apresentação. Quando se fala em financiamento há a forma da compra e venda do material para uma editora, instituição subsidiando a pesquisa, a contratação de pessoal para um dado fim ou o repasse de verbas. Assim, para ilustrar são os sites que podem auxiliar nessa jornada: financiar.org.br; fordfound.org; fundacaoaraucaria.org.br; capes.org.br; CNPq.br; BN.br; FINEP.gov.br, aucuba.org.br; escolajuventude.sp.gov.br; responsabilidadesocial.com; gife.org.br; frm.org.br; e patriciniocerto.com.br. Ou ainda, a pessoa pode buscar empresas, e são: BNDES, Petrobras, Banco do Brasil, Vale (do Rio Doce), HSBC, Itaú, e o Boticário (e sua fundação).Mas nunca se esqueça, ONGs, o terceiro setor como um todo, estão engajados em alguma atividade, disto, pode ser que seu projeto se enquadre na militância desses grupo e da união dos dois algo pode frutificar. Por fim, as redes de colégios podem se servir dessas idéias, pois educação é a atividade fim deles.
As questões que sobram são o que solicitam, que produtos, ou seja, qual o ramo de atuação e qual a ação buscada para refletir esse ramo, e que benefícios podem ser esperados dessa união pesquisador/autor de material e empresa. O ramo é variado (saúde, ética, moral, cidadania, justiça, tolerância, inclusão social, ...) e o produto pode receber a feição que as partes envolvidas quiserem, desde palestras, livros, vídeos, dinâmicas ou o misto de várias, a imaginação dá o limite. Então, como o dinheiro flui? Essa é uma pergunta é venenosa, pois está intimamente ligada com a forma das pessoas jurídicas em questão, bem como a forma de repasse ante a classificação da atividade. Sempre válida é a modalidade prevista na Lei de Incentivo a Cultura, em que a empresa pode deduzir os valores despendidos no seu recolhimento tributário (sempre bom contar com um contador, porque a malha fina é particularmente atenta quando alguém mexe com a bocada do leão).


4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Quando se aborda isso, o intento é melhorar a condição do homem, possibilitar entendimento e educação. Mas se os outros da sala desenvolveram algo, o que o grupo a que pertenço fez? Nosso tema é A Filosofia como Instrumento do Autoritarismo. E a temática não se enquadrava no colacionado no item anterior, salvo escolas e universidades. Pois o viés dado foi acadêmico, fazer pensar e discutir o outro lado que se pode atribuir a Filosofia. O assunto é áspero, mas com bom humor e certa dose de teatralidade o tema ganhou também contornos que possibilitariam palestras. Porém todos os que atendessem à palestra ou utilizassem do material confeccionado deveriam já ter uma bagagem de história, sociologia e filosofia.
Por fim, ficam os votos de que o narrado ajude a pessoas que tinham dúvidas relacionadas à vida profissional de filósofo (incluso outros cursos que possuem iguais problemas). E observação, se alguma empresa, colégio ou instituição se interessou por saber como a Filosofia e o autoritarismo operaram dinâmicas, entre em contato e o grupo fica feliz em mostrar o seu valor.

Um comentário:

Feo521 disse...

valeu a explicaçao, me ajudou muito