terça-feira, 23 de setembro de 2008

A Influência do Modelo de Mundo Aristotélico.

1. Introdução.

Ao contemplar o trabalho de metafísica com Aristóteles, a intenção é colocar à vista a grandiosidade de pensamento desse filósofo. Sua organização é completa, pois mesmo na divisão obtém um elo das partes estudadas, possibilitando uma compreensão minuciosa sobre o tema tratado: as causas primeiras.
Esta preocupação do pensador com o ser contribuiu para uma nova corrente do pensamento: a metafísica. Esta enquanto a procura pelas causas primeiras e do ser enquanto ser, afirmando a possibilidade de qualquer existência do ser, e este, o é de vários sentidos.
Esta multiplicidade do ser o torna um indivíduo único particular, passa a ser considerado como algo singular e particular, ou seja, uma substância composta por elementos que definem a sua essência.


2. Metafísica Aristotélica.

Aristóteles distinguiu as ciências em três caminhos: ciências teoréticas que buscam o saber em si mesmas; ciências práticas que buscam o saber para alcançar a moral perfeita;e, as ciências poiéticas que estão relacionadas a busca do saber com o intuito de produzir um objeto. A metafísica estaria anexada na primeira ciência: Ciência Prática.
O termo “metafísica” não é aristotélico, o pensador para fazer esta referência utiliza a expressão “Filosofia primeira” e “teologia”, em oposição às restantes. Seu grande passo na filosofia primeira foi a pergunta do ser enquanto ser ou as causas primeiras, ou seja, a substância[1], e, que o ser se diz de muitos modos, havendo muitos sentidos para o ser, uma equivocidade do ser.
O filósofo possui um conjunto de conceitos que organiza sua metafísica, que são: ser enquanto ser; ser enquanto verdade; ser enquanto substância; e, como incorporação do devir ou motor imóvel. Essas definições estão de acordo com a tradição filosófica quanto entre si, pois é uma transcendente a outra, em formas hierárquicas de organização.
Aristóteles aponta para a importância da metafísica como uma ciência livre que vale em si e por si mesma, a ponto de afirmar “Todas as outras ciências podem ser mais necessárias ao homem, mas superior a esta nenhuma”.
Posto isso, o pensador estabeleceu quatro causas que devem ser pensadas para desvendar a busca das causas primeiras, são elas: causa formal, forma; causa material, matéria; causa eficiente, o que gera; e, causa final, objetivo da existência.
A multiplicidade do ser entendida por Aristóteles, o fez classificar o ser em quatro equipes: o ser como categorias, gêneros do ser com fundamentação na substância que possibilita a existência das restantes ( qualidade, quantidade, relação, ação, paixão, lugar, tempo, ter e morrer); o ser como ato e potência, o ser em ato é em potência, mas o ser em potência pode não ser ato; o ser como acidente, casualidade; e, o ser como verdadeiro, a lógica.
A metafísica tem seu enfoque nas duas primeiras categorias, mas como se concentra no ser e sua multiplicidade, também o estuda. Essa divisão em grupos dos entes conferiu a Aristóteles o mérito de organizador do mundo em gênero e espécies por sua classificação dos entes.


2.1. Metafísica em geral.

Em sentido amplo, metafísica é ramo da Filosofia. Seu foco de estudo está no questionamento do mundo, da realidade, do ser. A origem do nome remonta a Aristóteles, porém não foi este que denominou. Pesquisadores ao encontrar manuscritos do filósofo, encontraram obras com os títulos, todavia, uma obra que falava sobre o mundo de um modo distinto daquele vislumbrado no documento intitulado física, assim, afirmaram ser algo além da física. Tal como o nome implica, os organizadores deixaram a obra inominada depois do livro da física, e o chamaram metafísica.
A derivação do léxico vem do grego μετά (metá), significando depois/posterior, e φυσικά (physiká), que compreende as palavras usadas para explicar a matéria no teorizado na antiguidade e recepcionado por Aristóteles, formando o posterior/depois/além da física. No curso do tempo, outros filósofos se detém em tal assunto, e como em Immanuel Kant, a discussão passa a abranger os pontos Deus, alma e liberdade, pois caros à natureza humana e fonte de muitos questionamentos e conflitos.


2.2. A Lógica como Instrumento.

Quando se vislumbra o conjunto da obra aristotélica, a lógica tem lugar de preeminência. Tal ocorre pelo formato dado à lógica, em que o método empregado servia como mecanismo verificador da realidade analisada.
Para Aristóteles a lógica válida era a do silogismo. Da utilização do silogismo, aquele que examina o todo extrai por proposições a realidade, aplica o esquema de raciocínio da dedução para construir o entendimento.
Todavia a lógica tal como o pensador grego a estrutura se mantém inalterada até o século XIX, onde com a nova feição dada pela lógica matemática, o sistema de aplicação aponta um novo viés.
Retornando à lógica no formato dado por Aristóteles, outro ponto se faz presente, tal como o método analítico de abordagem de elementos de pesquisa. A analítica constante no Organon é, em verdade, o rótulo dado à lógica aristotélica, enquanto o termo “lógica” é dirigido para a dialética silogística. Do opúsculo do autor, os trabalhos lógicos estão divididos em seis (6) temas:
1. Categoria;
2. Interpretação;
3. Analítica Primeira;
4. Analítica Segunda;
5. Tópicos;
6. Erística.
Assim, ao empregar o silogismo, ou lógica de termos, o filósofo fazia um julgamento das proposições componentes conforme as relações que se estabeleciam para, a luz das premissas, concluir. Já a garantia da verdade ficava a cargo da indução, em que por proceder do particular para o geral, aquele que examina passa de uma investigação causal para princípios mais puros. Disto, ao empregar no exame do mundo, Aristóteles deduzia as máximas da física, porém quando a questão se voltava a elementos como a realidade em si, ou a causa primeira, tinha-se a lógica sendo utilizada para perscrutar na alçada compreendida pela metafísica.


2.3. Motor Imóvel.

Como explicar o movimento? Seria este resultado de uma substância supra-sensível?
Com estas perguntas Aristóteles chega a um princípio (o infere) pra que possa explicar a fonte das esferas de existência, do que depende a natureza e a vida. Tal princípio original foi batizado de motor imóvel. E foi assim denominado por todo o movimento tem de ser gerado por um movimento anterior, mas aquilo que gerou o primeiro movimento, ante não ter sido gerado por nenhum outro, impreterivelmente deveria estar imóvel. Logo, motor, por gerar movimento, e imóvel, por ser o original, sem nada que o movimente é aquele que está parado.
Com isto, o filósofo grego traça um diferencial quanto ao que o homem pode saber. Ao falar do motor imóvel, Aristóteles rompe com o transcendente de Platão, dizendo que alguns elementos são inteligências, supra-sensíveis, enquanto outros são inteligíveis, um passo adiante do sensível (e aqui enquadra as idéias e formas de seu mestre).
Tal filigrana no pensar, possibilita aos medievais conceberem Deus, e identificar o pensamento divino com o motor imóvel.


3. Conclusão.

Do todo exposto, se tem as definições metafísicas em Aristóteles, bem como a identificação do termo “metafísica” com o rótulo ciência das causas.
Ao questionar o ser, há a possibilidade de chamá-lo por vários modos, seja acidente, categoria, verdade ou potência e ato. A ciência do ser se preocupou em categorizar, mais do que traçar um limite cabal. Seriam os elementos relacionados com o ser: qualidade, quantidade, relação, ação, paixão, lugar, tempo, posse, fixação (jazer) e substância.
Substância é deveras pontual, e como tal geradora de controvérsias. Por tais motivos destacada e estudada em questionamento específico, a ciência da substância. O que justifica tal ênfase são a proeminência como categoria e referir todas as demais e cotejar com os diversos significados de ser. O resultado obtido configura existirem as substâncias sensíveis corruptíveis[2], as substâncias sensíveis incorruptíveis[3] e as supra-sensíveis[4]. E acrescenta ser a substância constituída de matéria e forma.
Com o conjunto metafísico aristotélico advém o estudo da causa primeira, conseqüentemente, o exame da substância supra-sensível. Como núcleo do pensado neste ramo se tem que para obter a demonstração desta, as esferas de exame são o tempo e o movimento. A causa primeira (motor imóvel) só pode ser alcançada frente à causa final (atração), redundando em movimento, existente no tempo. A realidade, o mundo, é, assim, atraída pela perfeição contida no motor imóvel, e para ter esta perfeição não tem matéria (não tem potência, é puro ato, constituído só de forma).
Aristóteles inova quanto ao modelo platônico, e ao superar o modelo dualista fertiliza o solo, com a atribuição de valor ao sensível, para pensadores futuros. Daí surgindo os contornos da escolástica[5], a retomada renascentista e a física moderna.




REFERÊNCIAS

ARISTÓTELES. Metafísica. Madrid: Editorial Gredos, 1998.

HUISMAN, Denis. Dicionário dos filósofos. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

REALE, Giovanni. ANTISERI, Dario. História da Filosofia. Volume 1. São Paulo: Paulus, 2003.
[1] Para Aristóteles cada ente comporta a sua essência. A substância possui matéria e forma. A matéria permite a mudança, pois é pura potência, enquanto que a forma possui essência, que não é universal. Há substâncias que não possuem matéria, que são as substâncias puras não estando sujeita a mudanças, já a substância composta é aquela que define o que pode ser composto, “qualidades” da essência.
[2] Os materiais palpáveis como bronze. Aqueles que Aristóteles expõe como encontrados no mundo sublunar.
[3] Aquelas que possuem éter na composição. Habitantes da esfera supra lunar, como os corpos celestes.
[4] Incorruptíveis por natureza, as inteligências. Os medievais depois construirão a tese do pensamento divino com esta feição da substância.
[5] Pensamento medieval.

2 comentários:

DoUgL@$ disse...

Cara que blog + porco nao tem nads de interessante uma bosta nao achei nada nessa bosta.........AINDA nao sabe nem fazer um blog

cableraburn disse...

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