terça-feira, 23 de setembro de 2008

Adendo ao Relatório da Apresentação.


Acréscimo ao relatório do Dia 30 de agosto de 2008.



Conforme o relatório citado, o grupo deveria apresentar o vídeo e caderno de atividades confeccionados, conforme o tema por eles pensado e materializado nas mídias referidas.


O assunto: A Filosofia como Instrumento do Autoritarismo.




Na data de 20 de junho de 2008, os integrantes imbuídos do espírito, executaram a tarefa. Aguardando o momento oportuno, as pessoas envolvidas no projeto esperavam comunicar a notícia de sucesso ao idealizador da proposta da formulação do vídeo e do caderno.




Com a chegada do dia 30 de agosto a oportunidade esboçou mostrar sua face. Todavia, não tinha sido desta fez que os heróis desse empreendimento tiveram a chance de entregar os resultados. Pelo contrário, deveria ser publicada nos blogs a narrativa (vide julianakureke.blogspot.com e raketenpanzerbuchse.blogspot.com para saber a exposição dos outros integrantes), bem como a trupe deveria apresentar em mais um lugar.




Lembrando de conversa anterior com o professor, os membros da equipe sabiam que 1) ele queria que fosse em lugar que não fosse a PUC-PR, e 2) que ele gostaria que fosse em um lugar inusitado, como uma sinagoga.




Contatos anteriores às novas atribuições já tinham sido tentados com instituições de ensino e, também, as religiosas, mas por (in)disponibilidade de pessoal para assistir as apresentações todas as investidas redundaram em fracasso.




Porém com a urgência de cumprir o dever, foi-se feita nova tentativa com aqueles lugares que antes haviam recusado. Entretanto, a sorte ao lado de nossos combatentes revelou sua face e, assim, eles tinham uma data para finalmente completar com total sucesso a campanha, 03 de setembro de 2008 (um grupo de estudo bíblico, protestante, com média etária de mais de 25 anos, composto basicamente por casais).




Uma nova tática foi divisada, o grupo deixaria as apresentações e explanações para o final. Chegaria já em plena exposição do vídeo com as devidas intervenções ao fim de cada etapa do aparato áudio-visual. A estratégia global mostrou seus frutos, pois após um momento inicial de choque, a platéia se viu imersa na atividade.


A diferença quanto ao ocorrido na turma de Sociologia (reportada anteriormente), foi a interação após a apresentação, perguntas, dúvidas, questionamentos...




A operação foi um sucesso. No dia 20 de setembro a trupe obteve a aguardada chance de comunicar, em sala, ao professor os resultados obtidos. Os colegas se mostraram respeitosos e interessados. O vídeo confeccionado para ilustrar o relato na aula impactou conforme o pretendido. Os aliados nesse emprendimento finalmente puderam declarar encerrado os eventos nesse teatro operacional.




A pergunta que fica é: será que o poder de combate desse material (o vídeo, o caderno e a performance dos integrantes) finalmente encontrará o caminho da estocagem ou ainda há mais batalhas a serem travadas?

Rambo!



Para não perder o jeito, citação do Rambo (é só achar no trailer):

"Viva por nada ou morra por algo."

A Influência do Modelo de Mundo Aristotélico.

1. Introdução.

Ao contemplar o trabalho de metafísica com Aristóteles, a intenção é colocar à vista a grandiosidade de pensamento desse filósofo. Sua organização é completa, pois mesmo na divisão obtém um elo das partes estudadas, possibilitando uma compreensão minuciosa sobre o tema tratado: as causas primeiras.
Esta preocupação do pensador com o ser contribuiu para uma nova corrente do pensamento: a metafísica. Esta enquanto a procura pelas causas primeiras e do ser enquanto ser, afirmando a possibilidade de qualquer existência do ser, e este, o é de vários sentidos.
Esta multiplicidade do ser o torna um indivíduo único particular, passa a ser considerado como algo singular e particular, ou seja, uma substância composta por elementos que definem a sua essência.


2. Metafísica Aristotélica.

Aristóteles distinguiu as ciências em três caminhos: ciências teoréticas que buscam o saber em si mesmas; ciências práticas que buscam o saber para alcançar a moral perfeita;e, as ciências poiéticas que estão relacionadas a busca do saber com o intuito de produzir um objeto. A metafísica estaria anexada na primeira ciência: Ciência Prática.
O termo “metafísica” não é aristotélico, o pensador para fazer esta referência utiliza a expressão “Filosofia primeira” e “teologia”, em oposição às restantes. Seu grande passo na filosofia primeira foi a pergunta do ser enquanto ser ou as causas primeiras, ou seja, a substância[1], e, que o ser se diz de muitos modos, havendo muitos sentidos para o ser, uma equivocidade do ser.
O filósofo possui um conjunto de conceitos que organiza sua metafísica, que são: ser enquanto ser; ser enquanto verdade; ser enquanto substância; e, como incorporação do devir ou motor imóvel. Essas definições estão de acordo com a tradição filosófica quanto entre si, pois é uma transcendente a outra, em formas hierárquicas de organização.
Aristóteles aponta para a importância da metafísica como uma ciência livre que vale em si e por si mesma, a ponto de afirmar “Todas as outras ciências podem ser mais necessárias ao homem, mas superior a esta nenhuma”.
Posto isso, o pensador estabeleceu quatro causas que devem ser pensadas para desvendar a busca das causas primeiras, são elas: causa formal, forma; causa material, matéria; causa eficiente, o que gera; e, causa final, objetivo da existência.
A multiplicidade do ser entendida por Aristóteles, o fez classificar o ser em quatro equipes: o ser como categorias, gêneros do ser com fundamentação na substância que possibilita a existência das restantes ( qualidade, quantidade, relação, ação, paixão, lugar, tempo, ter e morrer); o ser como ato e potência, o ser em ato é em potência, mas o ser em potência pode não ser ato; o ser como acidente, casualidade; e, o ser como verdadeiro, a lógica.
A metafísica tem seu enfoque nas duas primeiras categorias, mas como se concentra no ser e sua multiplicidade, também o estuda. Essa divisão em grupos dos entes conferiu a Aristóteles o mérito de organizador do mundo em gênero e espécies por sua classificação dos entes.


2.1. Metafísica em geral.

Em sentido amplo, metafísica é ramo da Filosofia. Seu foco de estudo está no questionamento do mundo, da realidade, do ser. A origem do nome remonta a Aristóteles, porém não foi este que denominou. Pesquisadores ao encontrar manuscritos do filósofo, encontraram obras com os títulos, todavia, uma obra que falava sobre o mundo de um modo distinto daquele vislumbrado no documento intitulado física, assim, afirmaram ser algo além da física. Tal como o nome implica, os organizadores deixaram a obra inominada depois do livro da física, e o chamaram metafísica.
A derivação do léxico vem do grego μετά (metá), significando depois/posterior, e φυσικά (physiká), que compreende as palavras usadas para explicar a matéria no teorizado na antiguidade e recepcionado por Aristóteles, formando o posterior/depois/além da física. No curso do tempo, outros filósofos se detém em tal assunto, e como em Immanuel Kant, a discussão passa a abranger os pontos Deus, alma e liberdade, pois caros à natureza humana e fonte de muitos questionamentos e conflitos.


2.2. A Lógica como Instrumento.

Quando se vislumbra o conjunto da obra aristotélica, a lógica tem lugar de preeminência. Tal ocorre pelo formato dado à lógica, em que o método empregado servia como mecanismo verificador da realidade analisada.
Para Aristóteles a lógica válida era a do silogismo. Da utilização do silogismo, aquele que examina o todo extrai por proposições a realidade, aplica o esquema de raciocínio da dedução para construir o entendimento.
Todavia a lógica tal como o pensador grego a estrutura se mantém inalterada até o século XIX, onde com a nova feição dada pela lógica matemática, o sistema de aplicação aponta um novo viés.
Retornando à lógica no formato dado por Aristóteles, outro ponto se faz presente, tal como o método analítico de abordagem de elementos de pesquisa. A analítica constante no Organon é, em verdade, o rótulo dado à lógica aristotélica, enquanto o termo “lógica” é dirigido para a dialética silogística. Do opúsculo do autor, os trabalhos lógicos estão divididos em seis (6) temas:
1. Categoria;
2. Interpretação;
3. Analítica Primeira;
4. Analítica Segunda;
5. Tópicos;
6. Erística.
Assim, ao empregar o silogismo, ou lógica de termos, o filósofo fazia um julgamento das proposições componentes conforme as relações que se estabeleciam para, a luz das premissas, concluir. Já a garantia da verdade ficava a cargo da indução, em que por proceder do particular para o geral, aquele que examina passa de uma investigação causal para princípios mais puros. Disto, ao empregar no exame do mundo, Aristóteles deduzia as máximas da física, porém quando a questão se voltava a elementos como a realidade em si, ou a causa primeira, tinha-se a lógica sendo utilizada para perscrutar na alçada compreendida pela metafísica.


2.3. Motor Imóvel.

Como explicar o movimento? Seria este resultado de uma substância supra-sensível?
Com estas perguntas Aristóteles chega a um princípio (o infere) pra que possa explicar a fonte das esferas de existência, do que depende a natureza e a vida. Tal princípio original foi batizado de motor imóvel. E foi assim denominado por todo o movimento tem de ser gerado por um movimento anterior, mas aquilo que gerou o primeiro movimento, ante não ter sido gerado por nenhum outro, impreterivelmente deveria estar imóvel. Logo, motor, por gerar movimento, e imóvel, por ser o original, sem nada que o movimente é aquele que está parado.
Com isto, o filósofo grego traça um diferencial quanto ao que o homem pode saber. Ao falar do motor imóvel, Aristóteles rompe com o transcendente de Platão, dizendo que alguns elementos são inteligências, supra-sensíveis, enquanto outros são inteligíveis, um passo adiante do sensível (e aqui enquadra as idéias e formas de seu mestre).
Tal filigrana no pensar, possibilita aos medievais conceberem Deus, e identificar o pensamento divino com o motor imóvel.


3. Conclusão.

Do todo exposto, se tem as definições metafísicas em Aristóteles, bem como a identificação do termo “metafísica” com o rótulo ciência das causas.
Ao questionar o ser, há a possibilidade de chamá-lo por vários modos, seja acidente, categoria, verdade ou potência e ato. A ciência do ser se preocupou em categorizar, mais do que traçar um limite cabal. Seriam os elementos relacionados com o ser: qualidade, quantidade, relação, ação, paixão, lugar, tempo, posse, fixação (jazer) e substância.
Substância é deveras pontual, e como tal geradora de controvérsias. Por tais motivos destacada e estudada em questionamento específico, a ciência da substância. O que justifica tal ênfase são a proeminência como categoria e referir todas as demais e cotejar com os diversos significados de ser. O resultado obtido configura existirem as substâncias sensíveis corruptíveis[2], as substâncias sensíveis incorruptíveis[3] e as supra-sensíveis[4]. E acrescenta ser a substância constituída de matéria e forma.
Com o conjunto metafísico aristotélico advém o estudo da causa primeira, conseqüentemente, o exame da substância supra-sensível. Como núcleo do pensado neste ramo se tem que para obter a demonstração desta, as esferas de exame são o tempo e o movimento. A causa primeira (motor imóvel) só pode ser alcançada frente à causa final (atração), redundando em movimento, existente no tempo. A realidade, o mundo, é, assim, atraída pela perfeição contida no motor imóvel, e para ter esta perfeição não tem matéria (não tem potência, é puro ato, constituído só de forma).
Aristóteles inova quanto ao modelo platônico, e ao superar o modelo dualista fertiliza o solo, com a atribuição de valor ao sensível, para pensadores futuros. Daí surgindo os contornos da escolástica[5], a retomada renascentista e a física moderna.




REFERÊNCIAS

ARISTÓTELES. Metafísica. Madrid: Editorial Gredos, 1998.

HUISMAN, Denis. Dicionário dos filósofos. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

REALE, Giovanni. ANTISERI, Dario. História da Filosofia. Volume 1. São Paulo: Paulus, 2003.
[1] Para Aristóteles cada ente comporta a sua essência. A substância possui matéria e forma. A matéria permite a mudança, pois é pura potência, enquanto que a forma possui essência, que não é universal. Há substâncias que não possuem matéria, que são as substâncias puras não estando sujeita a mudanças, já a substância composta é aquela que define o que pode ser composto, “qualidades” da essência.
[2] Os materiais palpáveis como bronze. Aqueles que Aristóteles expõe como encontrados no mundo sublunar.
[3] Aquelas que possuem éter na composição. Habitantes da esfera supra lunar, como os corpos celestes.
[4] Incorruptíveis por natureza, as inteligências. Os medievais depois construirão a tese do pensamento divino com esta feição da substância.
[5] Pensamento medieval.

O Bom, o Mal e o Feio... e a frase do dia!


"A dois tipos de homens, aqueles com armas carregadas e aqueles que cavam. Então, cave!"

Personagem de Clint Eastwood.